Prof: Pr Antônio Neto

Na ultima lição, concluímos nosso estudo sobre as igrejas pentecostais. Vimos que elas formam o maior grupo de igrejas evangélicas no Brasil e no mundo. Também vimos que as características centrais destes grupos são a ênfase no batismo com o Espírito Santo como uma capacitação poderosa, e a ênfase da manifestação de dons espirituais, especialmente o de línguas e profecias.
Desta feita, adentraremos em mais um grupo, o das igrejas reformadas. Embora não seja o maior grupo, as igrejas reformadas vêm adquirindo enorme força nos últimos anos, especialmente devido o amplo uso da internet para a divulgação de suas ideias e o amplo investimento em treinamento de líderes, por meio de grandes faculdades e grandes editoras.
Esta enorme visibilidade dos reformados na internet tem atraído muitos, especialmente pentecostais, a abraçarem esta linha de pensamento. Porém, esta mesma visibilidade tem feito com que o termo “reformado” seja amplamente mal compreendido em nosso país. Em vários lugares, muitos acham que “reformado” é simplesmente o contrário de “pentecostal” ou mesmo “humanista”.
Afinal de contas, o que é uma igreja reformada? De onde elas vêm? Quais as suas crenças básicas? Quem são, no Brasil, as igrejas que se intitulam desta maneira? E nós, somos reformados?

I.                   Breve História

Como o nome já diz, as igrejas reformadas basicamente são aquelas que surgiram da Reforma Protestante. Porém, o termo “reformado” é usualmente designado às igrejas que surgiram sob a liderança de dois reformadores, João Calvino na Suiça, e John Knox na Escócia.
Sob a liderança especialmente de Calvino, as igrejas reformadas espalharam-se pela Europa, especialmente na França, Holanda e Inglaterra. No Brasil, os reformados foram o primeiro grupo de crentes a celebrar um culto, já em 1557.
Os dois maiores grupos de igrejas reformadas no Brasil são a Igreja Presbiteriana e a Igreja Reformada do Brasil. Porém, recentemente, tem havido um amplo crescimento das Igrejas Batistas Reformadas.

II.                Características Essenciais
As igrejas reformadas, basicamente, são as que apresentam impreterivelmente as três características abaixo:
1)      Cinco Solas da Reforma
As cinco solas foram desenvolvidas por Lutero, mas tornaram-se as crenças mais fundamentais de todas as igrejas protestantes. No entanto, nas igrejas reformadas, estas “solas” recebem uma atenção especial. Para lembramos, são elas: sola escriptura, sola gratia, sola fide, solus christus e soli deo glória.
É amplamente comum se encontrar estes termos estampados nas paredes das igrejas reformadas. Além disso, são temas bastante pertinentes nos escritos teológicos e em conferencias reformadas.
Porém, crer nas cinco solas é algo que todo evangélico deveria, e que muitos não-reformados fazem. Assim, uma segunda característica distingue os reformados dos demais:
2)      Calvinismo
O calvinismo, da forma como é mais conhecido, é uma crença a respeito da salvação do homem. Basicamente, o calvinismo parte de duas crenças, uma sobre Deus e outra sobre o homem.
Sobre Deus, o calvinismo entende que Deus é absolutamente soberano sobre todos os homens. Por isso, Deus tem o direito de livremente escolher aqueles que Ele quer salvar. Essa é a chamada “doutrina da eleição incondicional”.
Sobre o homem, o calvinismo entende que o pecado afetou de tal maneira a natureza humana que é impossível ao homem, por si só, buscar a Deus ou mesmo responder aos apelos do Evangelho. Por isso, é necessária uma obra de Deus nos seus eleitos, capacitando-os a receberem o evangelho em fé.
Destas duas crenças, surgiram os “cinco pontos do calvinismo”. Estes pontos estão em contraste com os “cinco pontos do arminianismo”, desenvolvidos pelos seguidores de Jacob Arminius, um seguidor de Calvino que modificou as ideias de seu mestre. Abaixo, segue uma tabela com a diferença do calvinismo e do arminianismo.

CINCO PONTOS DO ARMINIANISMO
CINCO PONTOS DO CALVINISMO
1. O homem é capaz de, por si só, responder sim ou não ao chamado salvador de Deus.
1. O homem é incapaz de, por si só, responder ao chamado salvador de Deus.
2. Assim, o homem deve escolher se vai ou não receber a salvação.
2. Por isso, Deus escolhe aqueles que vão receber a salvação.
3. Deus enviou Jesus para morrer e providenciar salvação a todos os homens.
3. Deus enviou Jesus para morrer e providenciar salvação aos seu eleitos.
4. Por isso, cabe ao homem aceitar ou rejeitar a graça da salvação de Deus.
4. Deus age de maneira eficaz nos eleitos, capacitando-os a receberem em fé a graça salvadora.
5. O homem precisa perseverar na salvação, doutra sorte, poderá perde-la.   
5. Deus garante que os seus eleitos perseverem na salvação.

A crença no calvinismo é a maior distinção entre reformados e pentecostais, que tradicionalmente abraçam o arminianismo. Porém, uma grande quantidade de Batistas abraçam a fé calvinistas, além das cinco solas. Sendo assim, o que diferencia um reformado dos batistas? A diferença está nesta terceira característica.
3) Confessionalidade
Logo cedo no desenvolvimento das igrejas reformadas na Europa, vários fatores levaram os líderes reformados a reunirem-se e elaborarem documentos que registravam as suas crenças. Estes documentos eram chamados de “Confissões de Fé”.
 As Confissões tinham, basicamente, três funções: 1) Demonstrar a biblicidade das crenças; 2) Demonstrar a concordância com os primeiros cristãos (credos); 3) Demonstrar as distinções para com as crenças católicas e das demais correntes surgidas da Reforma, como Batistas e Luteranos.
As igrejas reformadas, portanto, diferenciam-se principalmente por assinarem estas confissões de fé, diferentemente das demais igrejas que elaboram suas próprias confissões.
Vamos exemplificar. As Igrejas Presbiterianas, de maneira geral, assinam a Confissão de Westminster, desenvolvida na Inglaterra de 1643 a 1649. Já as Igrejas Reformadas do Brasil assinam a Confissão Belga. As Igrejas Batistas Reformadas assinam a Confissão de Fé Londrina. Todas estas confissões possuem pequenas diferenças, mas na grande maioria manifestam a mesma fé.
Desta maneira, podemos dizer que uma igreja reformada é uma igreja que abraça as cinco solas da reforma, o calvinismo e assina uma das grandes confissões de fé do passado. No entanto, ainda nos resta entender algumas crenças marcantes deste grupo:
1)        Ampla ênfase na centralidade da Bíblia – os reformados são profundos estudiosos das Escrituras, e seus cultos são marcados por músicas com letras bíblicas (algumas cantam apenas os salmos) e pregação expositiva (exposição versículo por versículo).
2)        Princípio Regulador do Culto – é a crença que só o que é ensinado na Bíblia deve fazer parte do culto. Por isso, o culto deve ter cânticos, colheita de dízimos e ofertas, leitura bíblica, pregação e oração. Danças, velas, teatro, filmes e etc não devem fazer parte do culto.
3)        Governo Presbiteriano – com exceção dos Batistas Reformados, as igrejas reformadas adotam um sistema onde um grupo de presbíteros lideram um grupo de igrejas. Entendem que, assim, eles mantêm a unidade da igreja.
4)        Batismo de crianças e Batismo por aspersão – com exceção dos Batistas Reformados, os reformados creem que crianças devem ser batizadas, e que o método de batismo ensinado na bíblia é por aspersão, diferentemente das demais igrejas, que adotam a imersão.
5)        Sábado ou Domingo como dia santo – diferentemente dos Batistas, os reformados entendem a manutenção de um dia como Dia do Senhor, onde não se deve trabalhar, nem ter-se prazeres pessoais, mas dedicar-se completamente à adoração, pública ou privada. Há divergências entre reformados se este dia é o sábado ou o domingo.
6)        Sacramentalismo – os reformados creem que o pão e o vinho da ceia são meios de graça, ou seja, a bênção da ceia está nos elementos, e não na memória, como ensinam os batistas.
7)        Forte engajamento intelectual – a tradição reformada sempre valorizou o estudo teológico acadêmico, fundando grandes universidades, como a Universidade de Princeton, nos EUA, e a Universidade Mackenzie, no Brasil, e grandes editoras, como a Editora Fiel.
8)        Forte engajamento social – diferentemente dos batistas, os reformados interessam-se bastante pelo engajamento cristão na política e na cultura. Isso faz com que o calvinismo esteja entre as maiores influencias sobre os jovens no mundo.

Perguntas para discursão:
1. Na sua mente, o que é uma igreja reformada?
2. Você já foi a um culto em uma igreja presbiteriana ou reformada?
3. Quais semelhanças e diferenças nossa igreja tem para com as reformadas?



Lição 3: As Igrejas Reformadas


Prof: Pr Antônio Neto

Na ultima lição, concluímos nosso estudo sobre as igrejas pentecostais. Vimos que elas formam o maior grupo de igrejas evangélicas no Brasil e no mundo. Também vimos que as características centrais destes grupos são a ênfase no batismo com o Espírito Santo como uma capacitação poderosa, e a ênfase da manifestação de dons espirituais, especialmente o de línguas e profecias.
Desta feita, adentraremos em mais um grupo, o das igrejas reformadas. Embora não seja o maior grupo, as igrejas reformadas vêm adquirindo enorme força nos últimos anos, especialmente devido o amplo uso da internet para a divulgação de suas ideias e o amplo investimento em treinamento de líderes, por meio de grandes faculdades e grandes editoras.
Esta enorme visibilidade dos reformados na internet tem atraído muitos, especialmente pentecostais, a abraçarem esta linha de pensamento. Porém, esta mesma visibilidade tem feito com que o termo “reformado” seja amplamente mal compreendido em nosso país. Em vários lugares, muitos acham que “reformado” é simplesmente o contrário de “pentecostal” ou mesmo “humanista”.
Afinal de contas, o que é uma igreja reformada? De onde elas vêm? Quais as suas crenças básicas? Quem são, no Brasil, as igrejas que se intitulam desta maneira? E nós, somos reformados?

I.                   Breve História

Como o nome já diz, as igrejas reformadas basicamente são aquelas que surgiram da Reforma Protestante. Porém, o termo “reformado” é usualmente designado às igrejas que surgiram sob a liderança de dois reformadores, João Calvino na Suiça, e John Knox na Escócia.
Sob a liderança especialmente de Calvino, as igrejas reformadas espalharam-se pela Europa, especialmente na França, Holanda e Inglaterra. No Brasil, os reformados foram o primeiro grupo de crentes a celebrar um culto, já em 1557.
Os dois maiores grupos de igrejas reformadas no Brasil são a Igreja Presbiteriana e a Igreja Reformada do Brasil. Porém, recentemente, tem havido um amplo crescimento das Igrejas Batistas Reformadas.

II.                Características Essenciais
As igrejas reformadas, basicamente, são as que apresentam impreterivelmente as três características abaixo:
1)      Cinco Solas da Reforma
As cinco solas foram desenvolvidas por Lutero, mas tornaram-se as crenças mais fundamentais de todas as igrejas protestantes. No entanto, nas igrejas reformadas, estas “solas” recebem uma atenção especial. Para lembramos, são elas: sola escriptura, sola gratia, sola fide, solus christus e soli deo glória.
É amplamente comum se encontrar estes termos estampados nas paredes das igrejas reformadas. Além disso, são temas bastante pertinentes nos escritos teológicos e em conferencias reformadas.
Porém, crer nas cinco solas é algo que todo evangélico deveria, e que muitos não-reformados fazem. Assim, uma segunda característica distingue os reformados dos demais:
2)      Calvinismo
O calvinismo, da forma como é mais conhecido, é uma crença a respeito da salvação do homem. Basicamente, o calvinismo parte de duas crenças, uma sobre Deus e outra sobre o homem.
Sobre Deus, o calvinismo entende que Deus é absolutamente soberano sobre todos os homens. Por isso, Deus tem o direito de livremente escolher aqueles que Ele quer salvar. Essa é a chamada “doutrina da eleição incondicional”.
Sobre o homem, o calvinismo entende que o pecado afetou de tal maneira a natureza humana que é impossível ao homem, por si só, buscar a Deus ou mesmo responder aos apelos do Evangelho. Por isso, é necessária uma obra de Deus nos seus eleitos, capacitando-os a receberem o evangelho em fé.
Destas duas crenças, surgiram os “cinco pontos do calvinismo”. Estes pontos estão em contraste com os “cinco pontos do arminianismo”, desenvolvidos pelos seguidores de Jacob Arminius, um seguidor de Calvino que modificou as ideias de seu mestre. Abaixo, segue uma tabela com a diferença do calvinismo e do arminianismo.

CINCO PONTOS DO ARMINIANISMO
CINCO PONTOS DO CALVINISMO
1. O homem é capaz de, por si só, responder sim ou não ao chamado salvador de Deus.
1. O homem é incapaz de, por si só, responder ao chamado salvador de Deus.
2. Assim, o homem deve escolher se vai ou não receber a salvação.
2. Por isso, Deus escolhe aqueles que vão receber a salvação.
3. Deus enviou Jesus para morrer e providenciar salvação a todos os homens.
3. Deus enviou Jesus para morrer e providenciar salvação aos seu eleitos.
4. Por isso, cabe ao homem aceitar ou rejeitar a graça da salvação de Deus.
4. Deus age de maneira eficaz nos eleitos, capacitando-os a receberem em fé a graça salvadora.
5. O homem precisa perseverar na salvação, doutra sorte, poderá perde-la.   
5. Deus garante que os seus eleitos perseverem na salvação.

A crença no calvinismo é a maior distinção entre reformados e pentecostais, que tradicionalmente abraçam o arminianismo. Porém, uma grande quantidade de Batistas abraçam a fé calvinistas, além das cinco solas. Sendo assim, o que diferencia um reformado dos batistas? A diferença está nesta terceira característica.
3) Confessionalidade
Logo cedo no desenvolvimento das igrejas reformadas na Europa, vários fatores levaram os líderes reformados a reunirem-se e elaborarem documentos que registravam as suas crenças. Estes documentos eram chamados de “Confissões de Fé”.
 As Confissões tinham, basicamente, três funções: 1) Demonstrar a biblicidade das crenças; 2) Demonstrar a concordância com os primeiros cristãos (credos); 3) Demonstrar as distinções para com as crenças católicas e das demais correntes surgidas da Reforma, como Batistas e Luteranos.
As igrejas reformadas, portanto, diferenciam-se principalmente por assinarem estas confissões de fé, diferentemente das demais igrejas que elaboram suas próprias confissões.
Vamos exemplificar. As Igrejas Presbiterianas, de maneira geral, assinam a Confissão de Westminster, desenvolvida na Inglaterra de 1643 a 1649. Já as Igrejas Reformadas do Brasil assinam a Confissão Belga. As Igrejas Batistas Reformadas assinam a Confissão de Fé Londrina. Todas estas confissões possuem pequenas diferenças, mas na grande maioria manifestam a mesma fé.
Desta maneira, podemos dizer que uma igreja reformada é uma igreja que abraça as cinco solas da reforma, o calvinismo e assina uma das grandes confissões de fé do passado. No entanto, ainda nos resta entender algumas crenças marcantes deste grupo:
1)        Ampla ênfase na centralidade da Bíblia – os reformados são profundos estudiosos das Escrituras, e seus cultos são marcados por músicas com letras bíblicas (algumas cantam apenas os salmos) e pregação expositiva (exposição versículo por versículo).
2)        Princípio Regulador do Culto – é a crença que só o que é ensinado na Bíblia deve fazer parte do culto. Por isso, o culto deve ter cânticos, colheita de dízimos e ofertas, leitura bíblica, pregação e oração. Danças, velas, teatro, filmes e etc não devem fazer parte do culto.
3)        Governo Presbiteriano – com exceção dos Batistas Reformados, as igrejas reformadas adotam um sistema onde um grupo de presbíteros lideram um grupo de igrejas. Entendem que, assim, eles mantêm a unidade da igreja.
4)        Batismo de crianças e Batismo por aspersão – com exceção dos Batistas Reformados, os reformados creem que crianças devem ser batizadas, e que o método de batismo ensinado na bíblia é por aspersão, diferentemente das demais igrejas, que adotam a imersão.
5)        Sábado ou Domingo como dia santo – diferentemente dos Batistas, os reformados entendem a manutenção de um dia como Dia do Senhor, onde não se deve trabalhar, nem ter-se prazeres pessoais, mas dedicar-se completamente à adoração, pública ou privada. Há divergências entre reformados se este dia é o sábado ou o domingo.
6)        Sacramentalismo – os reformados creem que o pão e o vinho da ceia são meios de graça, ou seja, a bênção da ceia está nos elementos, e não na memória, como ensinam os batistas.
7)        Forte engajamento intelectual – a tradição reformada sempre valorizou o estudo teológico acadêmico, fundando grandes universidades, como a Universidade de Princeton, nos EUA, e a Universidade Mackenzie, no Brasil, e grandes editoras, como a Editora Fiel.
8)        Forte engajamento social – diferentemente dos batistas, os reformados interessam-se bastante pelo engajamento cristão na política e na cultura. Isso faz com que o calvinismo esteja entre as maiores influencias sobre os jovens no mundo.

Perguntas para discursão:
1. Na sua mente, o que é uma igreja reformada?
2. Você já foi a um culto em uma igreja presbiteriana ou reformada?
3. Quais semelhanças e diferenças nossa igreja tem para com as reformadas?






       Aplicar a disciplina física é um grande desafio. Exatamente por isso é que muitos encontram desculpas para não fazerem isso (Estudo 1), ou mesmo substituem a vara por outros métodos seculares (Estudo 2). Mas nunca é demais lembrar que a Bíblia orienta-nos a aplicarmos a disciplina física em nossos filhos (Pv 13:24; 22:15).
Mas antes de avançarmos ao próximo assunto, quero falar sobre mais um método de disciplina muito utilizado. Você deve ter notado que no ultimo estudo eu não mencionei como método errado de disciplina o famoso “deixar de castigo”. Fiz isso porque acredito que nem sempre este é um método ruim de lidar com o erro de um filho. Eu disse “nem sempre”! Assim, quando é adequado deixar de castigo e quando não é?
Primeiro, deixar de castigo não é adequado para tratar a desobediência. Deixe-me explicar. Estes dias, vi um episódio da famosa Super Nanny no qual ela orientou um pai a deixar o filho de castigo no “canto da reflexão”. O problema é que, durante os 20 minutos que passou lá, a criança de 3 anos mencionou mais palavrões do que mencionei a vida inteira! No final, o pai disse “você tem que pedir desculpas”, o menino pediu e pronto, fim da disciplina. Não foi o coração pecaminoso que foi tratado, pois a criança extravasou sua ira como quis até cansar. Foi apenas o comportamento ruim. Aquela criança apenas aprendeu que não deve se comportar de determinada maneira, mas não aprendeu que seu comportamento é pecaminoso e ofende a Deus. Portanto, o “deixar de castigo” é um método ruim para lidar com o pecado da desobediência e rebeldia dos nossos filhos.
Porém, há um caso em que entendo que “deixar de castigo” pode funcionar muito bem: para treinamento. Castigos como “tirar o videogame por um mês”, “proibir de ver os amigos no final de semana”, “reter o ipod por uma semana” podem ser úteis para ensinar o filho que tais coisas não são absolutamente necessárias às suas vidas. Por exemplo, se o filho está exagerando no uso do videogame e por isso está tirando más notas, um bom castigo de passar um tempo sem jogar servirá muito bem para treinar o filho a ser disciplinado, mostrando-o como ele pode ficar sem aquilo sem morrer! Obviamente que me refiro aqui a filhos mais velhos, pré-adolescentes e adolescentes. Nestas fases, que vão de 10 a 18 anos, a disciplina física não produz mais o fruto que deveria e gera, na verdade, vergonha e ira nos filhos, algo que a Bíblia proíbe que os pais façam (Ef 6:4). Nestes casos, castigos como “tirar privilégios” podem funcionar muito bem.
Portanto, castigos só são úteis quando a vara é inútil. Quando a disciplina física perde sua utilidade de ensinar os princípios da autoridade dos pais e da obediência a Deus, o que ocorre à medida que a criança cresce, esta outra forma de castigo parece a mais adequada. Isso pode ser visto, por exemplo, no caso de Zacarias, pai de João Batista, que perdeu o privilégio da fala para aprender a não mais duvidar da palavra do Senhor (Lc 1:20), ou de Miriã, que ficou leprosa para aprender a não mais invejar a Moisés (Nm 12).
No próximo estudo, desta maneira, partiremos para a disciplina física. Veremos quando ela deve ser utilizada e como ela deve ser aplicada. Que a graça de Deus nos ajude neste tão grandioso desafio.

Ut in omnibus glorifecetur Deus

Pr Antonio Neto  

Disciplinando Nossos Filhos (Parte 3)




       Aplicar a disciplina física é um grande desafio. Exatamente por isso é que muitos encontram desculpas para não fazerem isso (Estudo 1), ou mesmo substituem a vara por outros métodos seculares (Estudo 2). Mas nunca é demais lembrar que a Bíblia orienta-nos a aplicarmos a disciplina física em nossos filhos (Pv 13:24; 22:15).
Mas antes de avançarmos ao próximo assunto, quero falar sobre mais um método de disciplina muito utilizado. Você deve ter notado que no ultimo estudo eu não mencionei como método errado de disciplina o famoso “deixar de castigo”. Fiz isso porque acredito que nem sempre este é um método ruim de lidar com o erro de um filho. Eu disse “nem sempre”! Assim, quando é adequado deixar de castigo e quando não é?
Primeiro, deixar de castigo não é adequado para tratar a desobediência. Deixe-me explicar. Estes dias, vi um episódio da famosa Super Nanny no qual ela orientou um pai a deixar o filho de castigo no “canto da reflexão”. O problema é que, durante os 20 minutos que passou lá, a criança de 3 anos mencionou mais palavrões do que mencionei a vida inteira! No final, o pai disse “você tem que pedir desculpas”, o menino pediu e pronto, fim da disciplina. Não foi o coração pecaminoso que foi tratado, pois a criança extravasou sua ira como quis até cansar. Foi apenas o comportamento ruim. Aquela criança apenas aprendeu que não deve se comportar de determinada maneira, mas não aprendeu que seu comportamento é pecaminoso e ofende a Deus. Portanto, o “deixar de castigo” é um método ruim para lidar com o pecado da desobediência e rebeldia dos nossos filhos.
Porém, há um caso em que entendo que “deixar de castigo” pode funcionar muito bem: para treinamento. Castigos como “tirar o videogame por um mês”, “proibir de ver os amigos no final de semana”, “reter o ipod por uma semana” podem ser úteis para ensinar o filho que tais coisas não são absolutamente necessárias às suas vidas. Por exemplo, se o filho está exagerando no uso do videogame e por isso está tirando más notas, um bom castigo de passar um tempo sem jogar servirá muito bem para treinar o filho a ser disciplinado, mostrando-o como ele pode ficar sem aquilo sem morrer! Obviamente que me refiro aqui a filhos mais velhos, pré-adolescentes e adolescentes. Nestas fases, que vão de 10 a 18 anos, a disciplina física não produz mais o fruto que deveria e gera, na verdade, vergonha e ira nos filhos, algo que a Bíblia proíbe que os pais façam (Ef 6:4). Nestes casos, castigos como “tirar privilégios” podem funcionar muito bem.
Portanto, castigos só são úteis quando a vara é inútil. Quando a disciplina física perde sua utilidade de ensinar os princípios da autoridade dos pais e da obediência a Deus, o que ocorre à medida que a criança cresce, esta outra forma de castigo parece a mais adequada. Isso pode ser visto, por exemplo, no caso de Zacarias, pai de João Batista, que perdeu o privilégio da fala para aprender a não mais duvidar da palavra do Senhor (Lc 1:20), ou de Miriã, que ficou leprosa para aprender a não mais invejar a Moisés (Nm 12).
No próximo estudo, desta maneira, partiremos para a disciplina física. Veremos quando ela deve ser utilizada e como ela deve ser aplicada. Que a graça de Deus nos ajude neste tão grandioso desafio.

Ut in omnibus glorifecetur Deus

Pr Antonio Neto  

Lição 2: Os Pentecostais

Prof: Pr Antônio Neto


Introdução

Na lição passada, tentamos entender as origens das denominações. Também vimos um quadro geral de como organizar as várias igrejas em seus grupos específicos. Agora, tentaremos entender as características de cada um dos quatro grupos apresentados: pentecostais, reformados, fundamentalistas e neopentecostais.
Antes de iniciar, é importante lembrarmos alguns pontos. Primeiro, apesar de haverem quatro grandes grupos de denominações no Brasil, não podemos radicalizar tal divisão. Como já foi dito, há sincretismo entre os grupos, como reformados pentecostais, e fundamentalistas com crenças reformadas. O que queremos é entender os elementos distintivos de cada grupo denominacional.
Em segundo lugar, em cada grupo, com exceção dos fundamentalistas, há igrejas que apresentam crenças hereges. Há igrejas pentecostais que não crêem na Trindade, há igrejas reformadas que não crêem na divindade de Cristo e há igrejas neo-pentecostais que não creem na autoridade única das Escrituras. No entanto, tais igrejas são exceções e, por isso, não serão analisadas.
O primeiro grupo, portanto, que estudaremos é o pentecostalismo. Veremos sua origem, suas crenças básicas e, então, faremos uma breve avaliação.

I.                   ORIGEM

A.               Características Gerais
1.                 O nome “pentecostal” vem da festa judaica chamada de “festa das semanas”. Em Atos 2:1 diz que o Espírito Santo desceu sobre os discípulos no “dia de Pentecostes”, ou seja, no ultimo dia da festa das semanas. Desta maneira, como o pentecostalismo prega uma “nova” descida do Espírito, eles adotaram o termo “Igreja Pentecostal” para si.
2.                 Os pentecostais são o maior segmento evangélico no Brasil. A Assembleia de Deus, por exemplo, é quase três vezes maior do que a segunda maior denominação brasileira, os Batistas, com mais de 12 milhões de adeptos.

B.                Origem Histórica
1.                 A origem do pentecostalismo é atribuída a um afro-americano chamado William Seymour. Um de seus professores, chamado Charles Parhan, concluiu que o falar em línguas seria o sinal visível do batismo com o Espírito Santo. Seymour, em uma viagem para a cidade de Los Angeles, promoveu o chamado “avivamento da rua Azusa”. Durante sua pregação em uma reunião nesta rua, vários começaram a falar em línguas. Este evento, portanto, no ano de 1906, é considerado a fundação do pentecostalismo.
2.                 Este evento recebeu ampla divulgação pela mídia local, provocando uma adesão rápida às novas ideias. Além disso, os EUA viviam uma época de amplo envio de missionários, divulgando, assim, o pentecostalismo em vários países do mundo.
3.                 Inicialmente, os pentecostais ficaram marcados pela forte ênfase no falar em línguas, no Batismo do Espírito como posterior à conversão, e à ênfase em uma vida ascética, com alto padrão moral.
4.                   No Brasil, a origem e o desenvolvimento dos pentecostais são descritos como três grandes ondas.
5.                 A Primeira Onda
a)                A primeira onda é o período de desenvolvimento do pentecostalismo que vai de 1910 a 1950.
b)                Em 1910, apenas 4 anos depois do avivamento da rua Azusa, os primeiros missionários pentecostais chegaram ao Brasil.
c)                Em 1911, dois missionários suecos chamados Daniel Berg e Gunnar Vingren, chegaram em Belém, no Pará. Participaram de uma igreja Batista quando, após uma viagem do pastor local, inseriram as idéias e práticas pentecostais, provocando um cisma na igreja e a fundação de uma nova igreja, a Assembleia de Deus.    
d)               Em 1914, com o envio de mais missionários suecos, a igreja Assembleia de Deus se expandiu grandemente pelo nordeste e pelo sudeste. Em 1930, já era uma igreja com enorme número de adeptos em todo o Brasil. Neste ano, a sede foi transferida para o Rio de Janeiro, com a fundação da CGADB, Convenção Geral das Assembleias de Deus.
e)                Nesta primeira onda, a ênfase doutrinária das igrejas eram as mesmas do pentecostalismo norte-americano, línguas, batismo do Espírito após a conversão e um alto padrão moral de vida.
6.                 A Segunda Onda
a)                A segunda onda compreende os anos de 1950 a 1970, e marca uma ampla fragmentação do pentecostalismo brasileiro, com a fundação de novas grandes denominações pentecostais por novos missionários norte-americanos.
b)                As três maiores igrejas fundadas neste período são: Igreja Brasil para Cristo, Igreja do Evangelho Quadrangular e a Igreja Deus é Amor.
c)                Neste período, o Brasil vivia um amplo processo de crescimento urbano. Por isso, os missionários enfatizaram a evangelização em massa, promovendo cruzadas de curas, e o amplo uso das mídias de rádio para a evangelização. Desta maneira, o pentecostalismo expandiu-se consideravelmente, especialmente nas classes média e baixa da sociedade.
d)               A ênfase doutrinária desse período foram as curas, além da manutenção das doutrinas do pentecostalismo clássico.


7.                 A Terceira Onda
a)                A partir da década de 70, surgiram as igrejas neopentecostais, grupo que estudaremos posteriormente.
b)                Estas igrejas surgiram sob a influencia dos novos movimentos de sinais e maravilhas, ocorridos nos Estados Unidos. Pastores de igrejas tradicionais no Brasil foram sendo influenciados por estes movimentos, e promoveram as chamadas “renovações” em suas igrejas.
c)                Um dos elementos marcantes do neopentecostalismo é a teologia da prosperidade, que ensina que o cristão tem que possuir riquezas materiais nesta vida.
d)               As maiores igrejas deste período são a Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Internacional da Graça de Deus, e a Igreja Mundial, além de outras, como a Renascer em Cristo, e a Sara Nossa Terra.
e)                A ênfase neste período foi nos sinais e prodígios, como as famosas unções do riso, cair para trás, além dos exorcismos e curas, além da Teologia da Prosperidade.
8.                 Outro fator importante para o desenvolvimento do pentecostalismo no Brasil foi o chamado “Movimento Carismático”. Este movimento foi uma onda de pentecostalização de igrejas tradicionais, como batistas e presbiterianos. Foi daí que se tornou difícil se dizer o que se faz dentro de uma igreja apenas pela placa fora dela, e que houve uma suavização do legalismo dos pentecostais tradicionais.

II.                CRENÇAS E PRÁTICAS DISTINTIVAS

A.               A Segunda Bênção
1.                 A crença mais básica e distintiva dos pentecostais é a Segunda Bênção. Esta crença diz que o cristão recebe a habitação do Espírito Santo no momento da conversão, mas ainda necessita de um enchimento, ou uma plenitude do Espírito, capacitando-o a servir e a exercer seus dons. Este enchimento é chamado de Batismo com o Espírito Santo.
2.                 Este Batismo deve ser buscado por cada convertido, por meio de uma vida de santidade e oração.
3.                 Pelo fato deste enchimento ser posterior à conversão, é chamado de Segunda Bênção. Atualmente, os pentecostais tem variado quanto ao tempo que pode distanciar a conversão do Batismo com o Espírito, se é imediatamente após, ou não.

B.                O Falar em Línguas
1.                 Para a maioria dos pentecostais, a evidencia visível do Batismo com o Espírito é o falar em línguas.
2.                  Baseiam-se no texto de Atos 2, quando o Espírito desceu sobre os discípulos e eles passaram a falar em outras línguas.
3.                 Estas línguas não são necessariamente idiomas, mas são línguas celestiais.

C.               Os Dons Espirituais
1.                 Os pentecostais são Continuacionistas em relação aos dons, ou seja, acreditam que todos os dons espirituais estão disponíveis para serem praticados nos dias atuais.
2.                 Embora o dom de línguas seja o dom mais enfatizado, o Batismo com o Espírito habilita o cristão a exercer outros dons, como profecias, curas e expulsão de demônios.

D.                A Ênfase na Experiência
1.                 Por causa sua forte ênfase na manifestação dos dons, os pentecostais promovem cultos com forte ênfase nestas experiências sobrenaturais.
2.                 Desta forma, os cultos são voltados para promover tais experiências, com tempo musical relativamente longo, e pregações que prezam mais por testemunhos pessoais do que exposição bíblica.

E.                 “Culto” à Personalidade
1.                 Ainda por causa da valorização das experiências, aqueles que possuem experiências mais poderosas com Deus recebem bastante atenção e valorização entre os pentecostais.
2.                 Por isso, é comum entre pentecostais a celebração de grandes líderes religiosos. Exemplos no Brasil são o Pr Silas Malafaia e o Pr Marcos Feliciano.

F.                Outras Crenças
1.                 Na salvação, os pentecostais são tradicionalmente arminianos, ou seja, entendem que a salvação é uma obra conjunta de Deus e do homem, onde Deus apenas oferece, e cabe ao homem aceita-lo ou não. Além disso, cabe ao homem manter-se salvo, doutra maneira ele poderá perder sua salvação. Porém, no Brasil, tem havido um amplo crescimento da teologia calvinista em igrejas pentecostais.
2.                 Na forma de culto, os pentecostais são abertos às novas tendências. As mais tradicionais, adotam hinos clássicos e louvor mais comedido. As mais modernas abraçam cultos mais agitados, com palmas, danças e uso de qualquer ritmo contemporâneo.
3.                 Na forma de governo da igreja, há uma série de títulos que torna bem complexa a administração das igrejas pentecostais. Há os auxiliares, diáconos, diaconisas, presbíteros, pastores e pastoras e, dependendo da igreja, até apóstolos ou bispos primazes.
4.                 Na vida prática, são geralmente triunfalistas, ou seja, mantêm uma visão de batalha espiritual, onde o cristão precisa ser vencedor em todas as áreas de sua vida.
5.                 Na doutrina das ultimas coisas, pensam como os Batistas, acreditam em um reino terreno futuro de Jesus, precedido pelo arrebatamento da igreja antes da Tribulação e um retorno visível de Cristo após esta Tribulação.


III.             BREVE AVALIAÇÃO DO PENTECOSTALISMO

A.               Pontos Positivos
1.                 Forte ênfase na evangelização e na ação social. Os pentecostais são o grupo que mais prezam pelo envio de missionários, fundação de igrejas, e implantação de trabalhos de assistência social.
2.                 Forte ênfase no deslumbramento com o sobrenatural. Os conservadores correm o sérios riscos de se fecharem às ações de Deus no nosso cotidiano, na busca por milagres, e na ação de Satanás neste mundo.
3.                 Forte ênfase em cultos relevantes. Os pentecostais nos motivam a buscarmos cultos alegres, que motivam os crentes a louvarem a Deus e serem fortalecidos, por meio, especialmente, de louvores mais ligados à realidade cultural.

B.                Pontos Negativos
1.                 As doutrinas da Segunda Bênção, do falar em línguas como evidencia, e da continuidade de todos os dons carecem de base bíblica, como veremos posteriormente.
2.                 A ênfase nas experiências relativiza a importância da Bíblia na vida e no culto. Por isso, é comum no pentecostalismo uma falta de conhecimento da Palavra e uma falta de interesse no estudo teológico.
3.                 O culto à personalidade promove lideranças de estilo centralizador e torna tais líderes intocáveis. Além disso, congregação não possui poder de decidir e fiscalizar o que se faz com suas contribuições.
4.                 A ênfase em experiências espirituais e não na manifestação de frutos espirituais faz com que o pentecostalismo seja marcado por desvios morais, tanto em seus líderes quanto no povo comum.

IV.             PERGUNTAS PARA REFLETIR

A.               Por que você acha que os pentecostais são os que mais crescem entre os evangélicos? Há razões boas e ruins?
B.                Você já teve alguma experiência semelhante à dos pentecostais? Como foi?
C.               Até que ponto podemos considerar uma igreja pentecostal uma co-irmã de nossa igreja?


ESCOLA BÍBLICA - TEMA: Quem Somos Nós? Lição 2

Lição 2: Os Pentecostais

Prof: Pr Antônio Neto


Introdução

Na lição passada, tentamos entender as origens das denominações. Também vimos um quadro geral de como organizar as várias igrejas em seus grupos específicos. Agora, tentaremos entender as características de cada um dos quatro grupos apresentados: pentecostais, reformados, fundamentalistas e neopentecostais.
Antes de iniciar, é importante lembrarmos alguns pontos. Primeiro, apesar de haverem quatro grandes grupos de denominações no Brasil, não podemos radicalizar tal divisão. Como já foi dito, há sincretismo entre os grupos, como reformados pentecostais, e fundamentalistas com crenças reformadas. O que queremos é entender os elementos distintivos de cada grupo denominacional.
Em segundo lugar, em cada grupo, com exceção dos fundamentalistas, há igrejas que apresentam crenças hereges. Há igrejas pentecostais que não crêem na Trindade, há igrejas reformadas que não crêem na divindade de Cristo e há igrejas neo-pentecostais que não creem na autoridade única das Escrituras. No entanto, tais igrejas são exceções e, por isso, não serão analisadas.
O primeiro grupo, portanto, que estudaremos é o pentecostalismo. Veremos sua origem, suas crenças básicas e, então, faremos uma breve avaliação.

I.                   ORIGEM

A.               Características Gerais
1.                 O nome “pentecostal” vem da festa judaica chamada de “festa das semanas”. Em Atos 2:1 diz que o Espírito Santo desceu sobre os discípulos no “dia de Pentecostes”, ou seja, no ultimo dia da festa das semanas. Desta maneira, como o pentecostalismo prega uma “nova” descida do Espírito, eles adotaram o termo “Igreja Pentecostal” para si.
2.                 Os pentecostais são o maior segmento evangélico no Brasil. A Assembleia de Deus, por exemplo, é quase três vezes maior do que a segunda maior denominação brasileira, os Batistas, com mais de 12 milhões de adeptos.

B.                Origem Histórica
1.                 A origem do pentecostalismo é atribuída a um afro-americano chamado William Seymour. Um de seus professores, chamado Charles Parhan, concluiu que o falar em línguas seria o sinal visível do batismo com o Espírito Santo. Seymour, em uma viagem para a cidade de Los Angeles, promoveu o chamado “avivamento da rua Azusa”. Durante sua pregação em uma reunião nesta rua, vários começaram a falar em línguas. Este evento, portanto, no ano de 1906, é considerado a fundação do pentecostalismo.
2.                 Este evento recebeu ampla divulgação pela mídia local, provocando uma adesão rápida às novas ideias. Além disso, os EUA viviam uma época de amplo envio de missionários, divulgando, assim, o pentecostalismo em vários países do mundo.
3.                 Inicialmente, os pentecostais ficaram marcados pela forte ênfase no falar em línguas, no Batismo do Espírito como posterior à conversão, e à ênfase em uma vida ascética, com alto padrão moral.
4.                   No Brasil, a origem e o desenvolvimento dos pentecostais são descritos como três grandes ondas.
5.                 A Primeira Onda
a)                A primeira onda é o período de desenvolvimento do pentecostalismo que vai de 1910 a 1950.
b)                Em 1910, apenas 4 anos depois do avivamento da rua Azusa, os primeiros missionários pentecostais chegaram ao Brasil.
c)                Em 1911, dois missionários suecos chamados Daniel Berg e Gunnar Vingren, chegaram em Belém, no Pará. Participaram de uma igreja Batista quando, após uma viagem do pastor local, inseriram as idéias e práticas pentecostais, provocando um cisma na igreja e a fundação de uma nova igreja, a Assembleia de Deus.    
d)               Em 1914, com o envio de mais missionários suecos, a igreja Assembleia de Deus se expandiu grandemente pelo nordeste e pelo sudeste. Em 1930, já era uma igreja com enorme número de adeptos em todo o Brasil. Neste ano, a sede foi transferida para o Rio de Janeiro, com a fundação da CGADB, Convenção Geral das Assembleias de Deus.
e)                Nesta primeira onda, a ênfase doutrinária das igrejas eram as mesmas do pentecostalismo norte-americano, línguas, batismo do Espírito após a conversão e um alto padrão moral de vida.
6.                 A Segunda Onda
a)                A segunda onda compreende os anos de 1950 a 1970, e marca uma ampla fragmentação do pentecostalismo brasileiro, com a fundação de novas grandes denominações pentecostais por novos missionários norte-americanos.
b)                As três maiores igrejas fundadas neste período são: Igreja Brasil para Cristo, Igreja do Evangelho Quadrangular e a Igreja Deus é Amor.
c)                Neste período, o Brasil vivia um amplo processo de crescimento urbano. Por isso, os missionários enfatizaram a evangelização em massa, promovendo cruzadas de curas, e o amplo uso das mídias de rádio para a evangelização. Desta maneira, o pentecostalismo expandiu-se consideravelmente, especialmente nas classes média e baixa da sociedade.
d)               A ênfase doutrinária desse período foram as curas, além da manutenção das doutrinas do pentecostalismo clássico.


7.                 A Terceira Onda
a)                A partir da década de 70, surgiram as igrejas neopentecostais, grupo que estudaremos posteriormente.
b)                Estas igrejas surgiram sob a influencia dos novos movimentos de sinais e maravilhas, ocorridos nos Estados Unidos. Pastores de igrejas tradicionais no Brasil foram sendo influenciados por estes movimentos, e promoveram as chamadas “renovações” em suas igrejas.
c)                Um dos elementos marcantes do neopentecostalismo é a teologia da prosperidade, que ensina que o cristão tem que possuir riquezas materiais nesta vida.
d)               As maiores igrejas deste período são a Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Internacional da Graça de Deus, e a Igreja Mundial, além de outras, como a Renascer em Cristo, e a Sara Nossa Terra.
e)                A ênfase neste período foi nos sinais e prodígios, como as famosas unções do riso, cair para trás, além dos exorcismos e curas, além da Teologia da Prosperidade.
8.                 Outro fator importante para o desenvolvimento do pentecostalismo no Brasil foi o chamado “Movimento Carismático”. Este movimento foi uma onda de pentecostalização de igrejas tradicionais, como batistas e presbiterianos. Foi daí que se tornou difícil se dizer o que se faz dentro de uma igreja apenas pela placa fora dela, e que houve uma suavização do legalismo dos pentecostais tradicionais.

II.                CRENÇAS E PRÁTICAS DISTINTIVAS

A.               A Segunda Bênção
1.                 A crença mais básica e distintiva dos pentecostais é a Segunda Bênção. Esta crença diz que o cristão recebe a habitação do Espírito Santo no momento da conversão, mas ainda necessita de um enchimento, ou uma plenitude do Espírito, capacitando-o a servir e a exercer seus dons. Este enchimento é chamado de Batismo com o Espírito Santo.
2.                 Este Batismo deve ser buscado por cada convertido, por meio de uma vida de santidade e oração.
3.                 Pelo fato deste enchimento ser posterior à conversão, é chamado de Segunda Bênção. Atualmente, os pentecostais tem variado quanto ao tempo que pode distanciar a conversão do Batismo com o Espírito, se é imediatamente após, ou não.

B.                O Falar em Línguas
1.                 Para a maioria dos pentecostais, a evidencia visível do Batismo com o Espírito é o falar em línguas.
2.                  Baseiam-se no texto de Atos 2, quando o Espírito desceu sobre os discípulos e eles passaram a falar em outras línguas.
3.                 Estas línguas não são necessariamente idiomas, mas são línguas celestiais.

C.               Os Dons Espirituais
1.                 Os pentecostais são Continuacionistas em relação aos dons, ou seja, acreditam que todos os dons espirituais estão disponíveis para serem praticados nos dias atuais.
2.                 Embora o dom de línguas seja o dom mais enfatizado, o Batismo com o Espírito habilita o cristão a exercer outros dons, como profecias, curas e expulsão de demônios.

D.                A Ênfase na Experiência
1.                 Por causa sua forte ênfase na manifestação dos dons, os pentecostais promovem cultos com forte ênfase nestas experiências sobrenaturais.
2.                 Desta forma, os cultos são voltados para promover tais experiências, com tempo musical relativamente longo, e pregações que prezam mais por testemunhos pessoais do que exposição bíblica.

E.                 “Culto” à Personalidade
1.                 Ainda por causa da valorização das experiências, aqueles que possuem experiências mais poderosas com Deus recebem bastante atenção e valorização entre os pentecostais.
2.                 Por isso, é comum entre pentecostais a celebração de grandes líderes religiosos. Exemplos no Brasil são o Pr Silas Malafaia e o Pr Marcos Feliciano.

F.                Outras Crenças
1.                 Na salvação, os pentecostais são tradicionalmente arminianos, ou seja, entendem que a salvação é uma obra conjunta de Deus e do homem, onde Deus apenas oferece, e cabe ao homem aceita-lo ou não. Além disso, cabe ao homem manter-se salvo, doutra maneira ele poderá perder sua salvação. Porém, no Brasil, tem havido um amplo crescimento da teologia calvinista em igrejas pentecostais.
2.                 Na forma de culto, os pentecostais são abertos às novas tendências. As mais tradicionais, adotam hinos clássicos e louvor mais comedido. As mais modernas abraçam cultos mais agitados, com palmas, danças e uso de qualquer ritmo contemporâneo.
3.                 Na forma de governo da igreja, há uma série de títulos que torna bem complexa a administração das igrejas pentecostais. Há os auxiliares, diáconos, diaconisas, presbíteros, pastores e pastoras e, dependendo da igreja, até apóstolos ou bispos primazes.
4.                 Na vida prática, são geralmente triunfalistas, ou seja, mantêm uma visão de batalha espiritual, onde o cristão precisa ser vencedor em todas as áreas de sua vida.
5.                 Na doutrina das ultimas coisas, pensam como os Batistas, acreditam em um reino terreno futuro de Jesus, precedido pelo arrebatamento da igreja antes da Tribulação e um retorno visível de Cristo após esta Tribulação.


III.             BREVE AVALIAÇÃO DO PENTECOSTALISMO

A.               Pontos Positivos
1.                 Forte ênfase na evangelização e na ação social. Os pentecostais são o grupo que mais prezam pelo envio de missionários, fundação de igrejas, e implantação de trabalhos de assistência social.
2.                 Forte ênfase no deslumbramento com o sobrenatural. Os conservadores correm o sérios riscos de se fecharem às ações de Deus no nosso cotidiano, na busca por milagres, e na ação de Satanás neste mundo.
3.                 Forte ênfase em cultos relevantes. Os pentecostais nos motivam a buscarmos cultos alegres, que motivam os crentes a louvarem a Deus e serem fortalecidos, por meio, especialmente, de louvores mais ligados à realidade cultural.

B.                Pontos Negativos
1.                 As doutrinas da Segunda Bênção, do falar em línguas como evidencia, e da continuidade de todos os dons carecem de base bíblica, como veremos posteriormente.
2.                 A ênfase nas experiências relativiza a importância da Bíblia na vida e no culto. Por isso, é comum no pentecostalismo uma falta de conhecimento da Palavra e uma falta de interesse no estudo teológico.
3.                 O culto à personalidade promove lideranças de estilo centralizador e torna tais líderes intocáveis. Além disso, congregação não possui poder de decidir e fiscalizar o que se faz com suas contribuições.
4.                 A ênfase em experiências espirituais e não na manifestação de frutos espirituais faz com que o pentecostalismo seja marcado por desvios morais, tanto em seus líderes quanto no povo comum.

IV.             PERGUNTAS PARA REFLETIR

A.               Por que você acha que os pentecostais são os que mais crescem entre os evangélicos? Há razões boas e ruins?
B.                Você já teve alguma experiência semelhante à dos pentecostais? Como foi?
C.               Até que ponto podemos considerar uma igreja pentecostal uma co-irmã de nossa igreja?


Lição 1: A Origem das denominações.
     
Professor: Pr. Antônio Neto.

Certa vez, conversando com uma senhora a quem eu estava evangelizando, ela me disse: “não sou evangélica, porque há tanto tipo de igreja evangélica que nem dá para saber qual está correta”. O que esta senhora estava dizendo, em parte, é verdade, pois o Brasil possui incontáveis denominações evangélicas.
Além das denominações mais tradicionais, como as Igrejas Presbiterianas, as Igrejas Assembleia de Deus e as Igrejas Batistas, há uma série de variações. Há aquelas que não gostam do nome “igreja” e adotam o termo “comunidade” ou “congregação”. Há outras denominações que visam a publicidade, adotando nomes como “Igreja da visão de águia”, ou “Igreja canelas de fogo”.
Mais complicado ainda é o fato de que nem mesmo nas denominações tradicionais citadas acima há unidade. Por exemplo, as igrejas Assembleia de Deus incluem a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, a Assembleia de Deus ministério central, e até, de acordo com uma pesquisa na internet, a Assembleia de Deus pavio que fumega. Nas igrejas presbiterianas, há as presbiterianas independentes, as renovadas, as presbiterianas do Brasil e etc. E nas Batistas não é diferente.
Uma breve pesquisa na internet é suficiente para se descobrir nomes de igrejas como “IGREJA JESUS ESTÁ VOLTANDO, PREPARA-TE”, IGREJA EVANGÉLICA A ÚLTIMA TROMBETA SOARÁ”, “IGREJA “A” DE AMOR”, e ainda a “CRUZADA EVANGÉLICA DO PASTOR WALDEVINO COELHO, A SUMIDADE”.
Mas afinal, de onde vem tanta igreja? Por quê tanta igreja assim? Por quê que nem no catolicismo, nem em outras religiões existem tantas variações como nas igrejas evangélicas? No meio disso tudo, onde nós nos encaixamos?
Este é o primeiro estudo de uma série que tem como tema geral “Quem somos nós?”. Nosso propósito é entender todo o movimento evangélico e entender o que nós somos em meio a toda esta “confusão”. Nesta primeira aula, tentaremos compreender toda esta variação entre os evangélicos.

I.                   DEFINIÇÕES IMPORTANTES
Antes de começarmos nossos estudos, é bem importante definirmos bem os termos sobre os quais vamos tratar. Primeiro, é bom distinguirmos entre denominações evangélicas, seitas cristãs e religiões cristãs e não-cristãs.
Uma seita é um grupo de pessoas que negam uma crença tradicional do cristianismo, mas que ainda intitula-se cristã. Por exemplo, as Testemunhas de Jeová negam a divindade de Jesus e do Espírito Santo, mas ainda se intitulam-se cristãos. Por isso, as seitas não são consideradas igrejas evangélicas, mas um seguimento religioso específico. Assim, os Mórmons, os Espíritas e as Testemunhas de Jeová são seitas, e não denominações evangélicas.
Uma religião cristã é um seguimento que possui certas crenças oriundas das Escrituras e especialmente afirma ter como seu mestre inicial a pessoa de Jesus de Nazaré. Tradicionalmente, há duas grandes religiões cristãs, o Catolicismo e o Prostetantismo. Da mesma maneira, o Xintoísmo, o Islamismo são exemplos de religiões não-cristãs, pois possuem crenças alicerçadas em outros líderes religiosos, como Confúcio, Buda ou Maomé.
Por fim, uma denominação evangélica é um grupo específico dentro do Protestantismo que abraça uma forma específica de fé e prática, sem abrir mão dos elementos essenciais que os tornam evangélicos. Por exemplo, todos os evangélicos, com raríssimas exceções, concordam que Deus é Trino, que a Bíblia é a Palavra de Deus, que Jesus morreu pelos nossos pecados e ressuscitou, e que Jesus voltará. No entanto, umas igrejas acham que crianças devem ser batizadas, outras acham que não, e isso então divide-as em denominações, mas ainda os mantém no mesmo grupo geral do protestantismo.
Portanto, nossos estudos não tratarão da diferenças entre evangélicos e católicos, nem entre evangélicos e as seitas, mas de diferenças entre os próprios evangélicos. Portanto, a Igreja Batista e a Igreja Presbiteriana são denominações evangélicas.

II.                A ORIGEM DAS DENOMINAÇÕES


A.               Origem Histórica
No início, só havia uma igreja cristã. Com os apóstolos ainda vivos, os cristãos sempre viam uma maneira de manterem-se unidos pelo ensino deles. Por exemplo, quando houve um debate entre as igrejas se os crentes não-judeus deveriam se circuncidar como os judeus, foi uma reunião dos apóstolos quem resolveu (Atos 15).
Depois da morte dos apóstolos, a igreja continuou unida por meio de várias reuniões, chamadas de Concílios. Quando aconteciam discordâncias, eram convocados Concílios para chegar a uma resolução. Porém, depois que o cristianismo se tornou a religião do império romano, ela tornou-se organizada em torno da figura do Papa, e tomou a forma da igreja católica que conhecemos hoje.
Depois de muitos anos, por volta do século XVI, uma série de homens começaram a notar os graves erros cometidos pela igreja papal e decidiram romper com o papado. Dentre eles, os mais importantes foram Lutero e Calvino. Daí começou um novo seguimento religioso, o protestantismo, ou seja, aqueles que romperam com a igreja católica papal.
No entanto, embora os protestantes concordassem em determinados pontos, como a centralidade das Escrituras, a Salvação apenas por Cristo por meio da fé, a mediação única de Jesus, e não de Maria e dos santos católicos, eles possuíam opiniões diferentes em outros pontos importantes, como a forma de governo da igreja, a natureza do batismo, e a forma de se cultuar a Deus.
Destas discordâncias, surgiram quatro grandes modelos de igrejas: 1) O Luteranismo, que seguem os pensamentos de Lutero; 2) Os Reformados ou Presbiterianos, que seguem o pensamento de João Calvino; 3) Os Anglicanos, que seguiam as normas do reinado da Inglaterra; e 4) As igrejas livres, como os anabatistas e depois os Batistas, que eram grupos locais com líderes específicos.
Com o decorrer dos anos, foi natural que houvesse tanto sincretismo entre estas igrejas, como o surgimento de novos formatos. Surgiram, então, igrejas Batistas Reformadas, que foram igrejas batistas que abraçaram os ensinos de João Calvino, e Anglicanas Reformadas. Também, surgiram igrejas como as igrejas Pentecostais, que pregavam um novo agir do Espírito Santo no meio da igreja, com atos como o falar em línguas, profecias e etc.
Deste surgimento, houve outros sincretismos. Há, por exemplo, igrejas batistas reformadas, igrejas batistas não-reformadas e igrejas batistas pentecostais. Também surgiram igrejas presbiterianas reformadas pentecostais. Há também igrejas luteranas pentecostais e tradicionais. Além do aparecimento de outras grandes denominações pentecostais, como a Assembleia de Deus.
Portanto, precisamos saber que as denominações evangélicas surgiram do rompimento com o governo papal. Desta forma, as igrejas, embora concordassem em pontos fundamentais, sentiram-se livres para expressar seus pensamentos específicos em outros assuntos. Por causa dessa liberdade de um líder religioso maior, os protestantes assumiram as mais variadas formas. 

B.                Origem Doutrinária.
Como vimos anteriormente, as igrejas evangélicas, ou protestantes, são chamadas assim por possuírem um grupo de crenças comuns. Dentre estas crenças, as principais são a crença na autoridade única da Bíblia, na salvação apenas pela graça por meio da fé, a salvação apenas por Cristo, e a adoração apenas para Deus. Estas são as crenças que foram protestadas contra os católicos e que mantém os evangélicos no mesmo conjunto.
No entanto, não existe consenso entre os evangélicos em assuntos importantes, que interferem diretamente na prática da igreja. Cada denominação tem pensamentos diferentes em assuntos importantes, tais como: o método de batismo (imersão ou aspersão); a soberania de Deus versus livre arbítrio em relação à salvação (calvinismo ou arminianismo); a forma de governo da igreja (presbitério, bispo ou congregação); a existência dos dons de “sinais” na era moderna (continuam ou cessaram), etc.[1] Desta maneira, se um grupo acredita, por exemplo, que deve batizar crianças, e outro acredita que não, para não se provocar contendas dentro da igreja, os grupos se dividem em igrejas que pensam diferente, mas que andam juntas em pontos mais importantes.
Infelizmente, outro fator para a grande variedade de denominações deve ser acrescentado. Atualmente, várias igrejas surgem para satisfazer os gostos dos interessados. Assim, há igreja para surfistas, igreja para quem quer prosperidade, igrejas para quem quer curas, ou para os que desejam experiências “poderosas” com Deus e etc. Este é, talvez, o maior fator atual para o surgimento de novas denominações evangélicas.
Portanto, embora haja um grupo amplamente variado de denominações, as igrejas evangélicas são unidas por algumas crenças comuns e por um cabeça, que é Cristo. Por causa da liberdade que temos de ler e entender a Bíblia, pensamentos diferentes surgem, e consequentemente surgem também grupos diferentes. Infelizmente, esta mesma liberdade é mal usada para a criação de igrejas “ao gosto do freguês”, outro fator originador de denominações.

III.             RESUMO DAS DENOMINAÇÕES

Basicamente, podemos organizar as denominações no Brasil em quatro grandes grupos. Veremos, na próxima aula, as características básicas de cada grupo. Por hora, precisamos entender bem onde localizar cada igreja em seu grupo maior de denominações.
Os grandes grupos de denominações brasileiras são: 1) As igrejas pentecostais; 2) as igrejas reformadas; 3) as igrejas fundamentalistas; e 4) As igrejas neopentecostais.
Duas observações precisam ser feitas antes de progredir. Primeiro, estou deixando de fora denominações como a igreja luterana e a igreja metodista, pois não constituem “grupo de denominações”, mas sim denominações históricas específicas. Também deixo de fora as igrejas “gosto do freguês”, pois não se encaixam em nenhum grupo. Segundo, essa divisão não leva em conta os sincretismos, como igrejas reformadas pentecostais, ou fundamentalistas pentecostais. Como veremos em outra aula, o pentecostalismo atingiu todas as denominações históricas, como presbiterianos, batistas, luteranos e etc.
Segue, para concluir, uma tabela com os quatro grandes grupos e as suas principais denominações no Brasil.

Pentecostais
Reformados
Fundamentalistas
Neopentecostais
·      Assembleia de Deus.
·      Deus é Amor.
·      Brasil Para Cristo.
·      Evangelho Pleno.
·      Evangelho Quadrangular
·      Presbiteriana
·      Anglicana
·      Batistas Reformados.
·      Batista da Convenção.
·      Batista Regular
·      Batistas Bíblicas
·      Batistas Independentes
·      Congregacionais
·      Universal
·      Internacional da Graça.
·      Mundial do Poder de Deus.
·      Sara Nossa Terra.
·      Renascer em Cristo.
 

IV.             PERGUNTAS PARA REFLETIR

A.               Por quê você acha que não há tantas denominações no catolicismo?
B.                Quais são os pontos positivos e os negativos de existirem tantas denominações evangélicas?
C.               O que você acha da frase “Placa de igreja não tem importância”?





[1] http://www.gotquestions.org/Portugues/denominacoes-Cristas.html#ixzz2agIHdqa0

Escola Bíblica - Tema: Quem Somos Nós? 1

Lição 1: A Origem das denominações.
     
Professor: Pr. Antônio Neto.

Certa vez, conversando com uma senhora a quem eu estava evangelizando, ela me disse: “não sou evangélica, porque há tanto tipo de igreja evangélica que nem dá para saber qual está correta”. O que esta senhora estava dizendo, em parte, é verdade, pois o Brasil possui incontáveis denominações evangélicas.
Além das denominações mais tradicionais, como as Igrejas Presbiterianas, as Igrejas Assembleia de Deus e as Igrejas Batistas, há uma série de variações. Há aquelas que não gostam do nome “igreja” e adotam o termo “comunidade” ou “congregação”. Há outras denominações que visam a publicidade, adotando nomes como “Igreja da visão de águia”, ou “Igreja canelas de fogo”.
Mais complicado ainda é o fato de que nem mesmo nas denominações tradicionais citadas acima há unidade. Por exemplo, as igrejas Assembleia de Deus incluem a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, a Assembleia de Deus ministério central, e até, de acordo com uma pesquisa na internet, a Assembleia de Deus pavio que fumega. Nas igrejas presbiterianas, há as presbiterianas independentes, as renovadas, as presbiterianas do Brasil e etc. E nas Batistas não é diferente.
Uma breve pesquisa na internet é suficiente para se descobrir nomes de igrejas como “IGREJA JESUS ESTÁ VOLTANDO, PREPARA-TE”, IGREJA EVANGÉLICA A ÚLTIMA TROMBETA SOARÁ”, “IGREJA “A” DE AMOR”, e ainda a “CRUZADA EVANGÉLICA DO PASTOR WALDEVINO COELHO, A SUMIDADE”.
Mas afinal, de onde vem tanta igreja? Por quê tanta igreja assim? Por quê que nem no catolicismo, nem em outras religiões existem tantas variações como nas igrejas evangélicas? No meio disso tudo, onde nós nos encaixamos?
Este é o primeiro estudo de uma série que tem como tema geral “Quem somos nós?”. Nosso propósito é entender todo o movimento evangélico e entender o que nós somos em meio a toda esta “confusão”. Nesta primeira aula, tentaremos compreender toda esta variação entre os evangélicos.

I.                   DEFINIÇÕES IMPORTANTES
Antes de começarmos nossos estudos, é bem importante definirmos bem os termos sobre os quais vamos tratar. Primeiro, é bom distinguirmos entre denominações evangélicas, seitas cristãs e religiões cristãs e não-cristãs.
Uma seita é um grupo de pessoas que negam uma crença tradicional do cristianismo, mas que ainda intitula-se cristã. Por exemplo, as Testemunhas de Jeová negam a divindade de Jesus e do Espírito Santo, mas ainda se intitulam-se cristãos. Por isso, as seitas não são consideradas igrejas evangélicas, mas um seguimento religioso específico. Assim, os Mórmons, os Espíritas e as Testemunhas de Jeová são seitas, e não denominações evangélicas.
Uma religião cristã é um seguimento que possui certas crenças oriundas das Escrituras e especialmente afirma ter como seu mestre inicial a pessoa de Jesus de Nazaré. Tradicionalmente, há duas grandes religiões cristãs, o Catolicismo e o Prostetantismo. Da mesma maneira, o Xintoísmo, o Islamismo são exemplos de religiões não-cristãs, pois possuem crenças alicerçadas em outros líderes religiosos, como Confúcio, Buda ou Maomé.
Por fim, uma denominação evangélica é um grupo específico dentro do Protestantismo que abraça uma forma específica de fé e prática, sem abrir mão dos elementos essenciais que os tornam evangélicos. Por exemplo, todos os evangélicos, com raríssimas exceções, concordam que Deus é Trino, que a Bíblia é a Palavra de Deus, que Jesus morreu pelos nossos pecados e ressuscitou, e que Jesus voltará. No entanto, umas igrejas acham que crianças devem ser batizadas, outras acham que não, e isso então divide-as em denominações, mas ainda os mantém no mesmo grupo geral do protestantismo.
Portanto, nossos estudos não tratarão da diferenças entre evangélicos e católicos, nem entre evangélicos e as seitas, mas de diferenças entre os próprios evangélicos. Portanto, a Igreja Batista e a Igreja Presbiteriana são denominações evangélicas.

II.                A ORIGEM DAS DENOMINAÇÕES


A.               Origem Histórica
No início, só havia uma igreja cristã. Com os apóstolos ainda vivos, os cristãos sempre viam uma maneira de manterem-se unidos pelo ensino deles. Por exemplo, quando houve um debate entre as igrejas se os crentes não-judeus deveriam se circuncidar como os judeus, foi uma reunião dos apóstolos quem resolveu (Atos 15).
Depois da morte dos apóstolos, a igreja continuou unida por meio de várias reuniões, chamadas de Concílios. Quando aconteciam discordâncias, eram convocados Concílios para chegar a uma resolução. Porém, depois que o cristianismo se tornou a religião do império romano, ela tornou-se organizada em torno da figura do Papa, e tomou a forma da igreja católica que conhecemos hoje.
Depois de muitos anos, por volta do século XVI, uma série de homens começaram a notar os graves erros cometidos pela igreja papal e decidiram romper com o papado. Dentre eles, os mais importantes foram Lutero e Calvino. Daí começou um novo seguimento religioso, o protestantismo, ou seja, aqueles que romperam com a igreja católica papal.
No entanto, embora os protestantes concordassem em determinados pontos, como a centralidade das Escrituras, a Salvação apenas por Cristo por meio da fé, a mediação única de Jesus, e não de Maria e dos santos católicos, eles possuíam opiniões diferentes em outros pontos importantes, como a forma de governo da igreja, a natureza do batismo, e a forma de se cultuar a Deus.
Destas discordâncias, surgiram quatro grandes modelos de igrejas: 1) O Luteranismo, que seguem os pensamentos de Lutero; 2) Os Reformados ou Presbiterianos, que seguem o pensamento de João Calvino; 3) Os Anglicanos, que seguiam as normas do reinado da Inglaterra; e 4) As igrejas livres, como os anabatistas e depois os Batistas, que eram grupos locais com líderes específicos.
Com o decorrer dos anos, foi natural que houvesse tanto sincretismo entre estas igrejas, como o surgimento de novos formatos. Surgiram, então, igrejas Batistas Reformadas, que foram igrejas batistas que abraçaram os ensinos de João Calvino, e Anglicanas Reformadas. Também, surgiram igrejas como as igrejas Pentecostais, que pregavam um novo agir do Espírito Santo no meio da igreja, com atos como o falar em línguas, profecias e etc.
Deste surgimento, houve outros sincretismos. Há, por exemplo, igrejas batistas reformadas, igrejas batistas não-reformadas e igrejas batistas pentecostais. Também surgiram igrejas presbiterianas reformadas pentecostais. Há também igrejas luteranas pentecostais e tradicionais. Além do aparecimento de outras grandes denominações pentecostais, como a Assembleia de Deus.
Portanto, precisamos saber que as denominações evangélicas surgiram do rompimento com o governo papal. Desta forma, as igrejas, embora concordassem em pontos fundamentais, sentiram-se livres para expressar seus pensamentos específicos em outros assuntos. Por causa dessa liberdade de um líder religioso maior, os protestantes assumiram as mais variadas formas. 

B.                Origem Doutrinária.
Como vimos anteriormente, as igrejas evangélicas, ou protestantes, são chamadas assim por possuírem um grupo de crenças comuns. Dentre estas crenças, as principais são a crença na autoridade única da Bíblia, na salvação apenas pela graça por meio da fé, a salvação apenas por Cristo, e a adoração apenas para Deus. Estas são as crenças que foram protestadas contra os católicos e que mantém os evangélicos no mesmo conjunto.
No entanto, não existe consenso entre os evangélicos em assuntos importantes, que interferem diretamente na prática da igreja. Cada denominação tem pensamentos diferentes em assuntos importantes, tais como: o método de batismo (imersão ou aspersão); a soberania de Deus versus livre arbítrio em relação à salvação (calvinismo ou arminianismo); a forma de governo da igreja (presbitério, bispo ou congregação); a existência dos dons de “sinais” na era moderna (continuam ou cessaram), etc.[1] Desta maneira, se um grupo acredita, por exemplo, que deve batizar crianças, e outro acredita que não, para não se provocar contendas dentro da igreja, os grupos se dividem em igrejas que pensam diferente, mas que andam juntas em pontos mais importantes.
Infelizmente, outro fator para a grande variedade de denominações deve ser acrescentado. Atualmente, várias igrejas surgem para satisfazer os gostos dos interessados. Assim, há igreja para surfistas, igreja para quem quer prosperidade, igrejas para quem quer curas, ou para os que desejam experiências “poderosas” com Deus e etc. Este é, talvez, o maior fator atual para o surgimento de novas denominações evangélicas.
Portanto, embora haja um grupo amplamente variado de denominações, as igrejas evangélicas são unidas por algumas crenças comuns e por um cabeça, que é Cristo. Por causa da liberdade que temos de ler e entender a Bíblia, pensamentos diferentes surgem, e consequentemente surgem também grupos diferentes. Infelizmente, esta mesma liberdade é mal usada para a criação de igrejas “ao gosto do freguês”, outro fator originador de denominações.

III.             RESUMO DAS DENOMINAÇÕES

Basicamente, podemos organizar as denominações no Brasil em quatro grandes grupos. Veremos, na próxima aula, as características básicas de cada grupo. Por hora, precisamos entender bem onde localizar cada igreja em seu grupo maior de denominações.
Os grandes grupos de denominações brasileiras são: 1) As igrejas pentecostais; 2) as igrejas reformadas; 3) as igrejas fundamentalistas; e 4) As igrejas neopentecostais.
Duas observações precisam ser feitas antes de progredir. Primeiro, estou deixando de fora denominações como a igreja luterana e a igreja metodista, pois não constituem “grupo de denominações”, mas sim denominações históricas específicas. Também deixo de fora as igrejas “gosto do freguês”, pois não se encaixam em nenhum grupo. Segundo, essa divisão não leva em conta os sincretismos, como igrejas reformadas pentecostais, ou fundamentalistas pentecostais. Como veremos em outra aula, o pentecostalismo atingiu todas as denominações históricas, como presbiterianos, batistas, luteranos e etc.
Segue, para concluir, uma tabela com os quatro grandes grupos e as suas principais denominações no Brasil.

Pentecostais
Reformados
Fundamentalistas
Neopentecostais
·      Assembleia de Deus.
·      Deus é Amor.
·      Brasil Para Cristo.
·      Evangelho Pleno.
·      Evangelho Quadrangular
·      Presbiteriana
·      Anglicana
·      Batistas Reformados.
·      Batista da Convenção.
·      Batista Regular
·      Batistas Bíblicas
·      Batistas Independentes
·      Congregacionais
·      Universal
·      Internacional da Graça.
·      Mundial do Poder de Deus.
·      Sara Nossa Terra.
·      Renascer em Cristo.
 

IV.             PERGUNTAS PARA REFLETIR

A.               Por quê você acha que não há tantas denominações no catolicismo?
B.                Quais são os pontos positivos e os negativos de existirem tantas denominações evangélicas?
C.               O que você acha da frase “Placa de igreja não tem importância”?





[1] http://www.gotquestions.org/Portugues/denominacoes-Cristas.html#ixzz2agIHdqa0